quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Pol Pot

Meus camaradas,


chamo-me Saloth Sar, ou antes, Pol Pot, o "irmão número um". Nasci na bela Phnom Penh a 19 de Maio de 1928, embora uns reaccionários digam que foi em 1925, mas isso não é verdade. Sou de Kampuchéa, a que alguns chamam infamemente Camboja.


Estudei em França, mas regressei a casa sem acabar o meu curso. A minha mãe sempre foi muito severa com os meus estudos e não descansou enquanto não acabei a faculdade. Vai daí e obrigou-me a fundar uma universidade, a que chamei "Independente", onde cumpri brilhantemente os dois anos que me faltavam em apenas 27 minutos e 56 segundos, o mesmo tempo do recorde mundial dos 10.000 metros. Agora chamam-me engenheiro Pot, o que deixa a minha mãe orgulhosa e me dá estatuto quando me faço anunciar nas visitas oficiais.


Em França comecei a ouvir Edith Piaf, o que causou danos irreparáveis no meu cérebro. Os médicos dizem que foi por isso que comecei a mandar gente trabalhar nos campos. Eu acho que foi do marisco. Nunca ma caiu bem, especialmente ao almoço...


Para quem não conhece, o meu país fica entre a Tailândia, o Laos e o Vietname, e é um excelente destino turístico. Passem por cá: de férias, para começar uma guerra ou comprar um órfão.
O meu sonho é criar um país novo, baseado na agricultura. E é por isso que me tenho batido desde sempre. Para já, consegui encher de lavradores o MRPP, em Portugal, e a Comissão Europeia. Mas acho que há ali caras conhecidas dos tempos em que íamos às excursões do Grande Líder, a Pequim.


Agora juntei-me aqui com uns amigos para falarmos um bocadinho da forma como o mundo vai. É que o meu sonho agrícola floresce neste mundo a que chamam blogoesfera: não faltam aí nabos. E aqui também não!

1 comentário:

José disse...

Muito curiosa esta autobiografia do ditador Pol Pot.
Se alguém trabalhasse textos para os links dos ditadores que estão à espera, coitados.
Ia ter graça poder ler.