domingo, 13 de janeiro de 2008

Augusto Pinochet


Excelentíssimos Senhores Ditadores de Opinião

Venho, por este meio, apresentar-me ao colectivo que gere este espaço opinativo. Faço notar, antes de mais, que, ao contrário do que seria de esperar, não introduzi nenhum título académico a seguir ao "Senhores", pois o Ditador José Sócrates também é gente digna e não merece sair diminuído nesta questão.

Este humilde servo que se apresenta perante vós, de nome Augusto José Ramón Pinochet Ugarte, é, nem mais nem menos, o Salvador do Chile. Nasci a 25 de Novembro, no ano da graça de 1915, em Valparaíso. Porquê Augusto Pinochet e não José Ugarte, perguntam vocês? Simples: Ugarte parece nome de preto.

Encontro-me, de momento, num pedaço de terra à beira mar plantado chamado Portugal. Sempre quis conhecer o Algarve, região que a minha estimada amiga Margaret tinha em muito boa conta, visto que é, praticamente, um condado britânico. As política de liberalização deste sítio são tão boas que já nem debatem se é ético fazer publicidade para crianças. Aqui fazem publicidade de crianças, principalmente de uma catraia loira que foi vendida pelos pais, ou coisa que o valha. Ah, os bons velhos tempos do capitalismo selvagem!

Não é só o clima, a nível meteorológico, que é agradável, meus senhores! Também o clima político deste país é soberbo: ao pé de alguns autarcas portugueses sou um menino!

Venho, sobretudo, dar um pouco de alento e sabedoria a esta gente. A minha querida Direita é patética e esses piolhosos da Esquerda andam por aí, livremente, sem ninguém que os consiga parar. Vamos lá a ver se, com alguns conselhos, este país pode voltar a entrar nos eixos.

Sem mais nada a acrescentar e desejoso de continuar a partilhar os meus magníficos pontos de vista, subscrevo-me,

Miminhos,
Augusto José

PS: O programa "As tardes da Júlia" está muito melhor servido com a loira do que com aquele avestroncio. Amanhã, não percam esta pérola televisiva: vai lá a Odete Santos mais três deficientes mostrar como é que se consegue ser feliz apesar das dificuldades.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Pinochet

Não te chamam Ugarte, porque na tradição espanhola, o nome da mãe vêm em último lugar e uma pessoa decente tem pai em casa. Em Portugal, esta tradição goda desapareceu com os afrancesados, embora algumas famílias tivessem usado os nomes da forma tradicional até ao séc. XX.

Pol Pot disse...

Udeze não é nome de família. Ele era o décimo filho da família e, por isso, era nome prórpio.
No registo civil o pai do Gusto terá dito: "Mais um filho? É o dez'e".